domingo, 25 de agosto de 2013

Falando sobre filme

 

  Ontem assisti ao filme Flores Raras, foi inevitável não comentar sobre ele, pois mesmo gostando do filme eu sai da sala do cinema com uma sensação horrível e pelos comentários dos meus amigos acho que todo mundo achou que o final do filme deixou aquele "clima meio pesado".
    Trata-se de um romance homossexual de mulheres, Elizabeth (Miranda Otto) e Lota (Glória Pires), achei a atuação de ambas maravilhosa, ouvi comentários de que a atuação da Glória pires era meio 'forçada' no jeito lésbica, mas não sei exatamente como é um "jeito lésbico", e se existe um em especifico.
    Mas, vou interpretar como o que faz a gente identificar a homossexualidade de alguém, o que também soa um tanto ridículo, "Fulaninho é afeminado, é gay."  "Fulaninha é machona, é sapatão." Mas, ridículo ou não,  é assim que acontece, julgamos sempre "o que parece", ate conhecer a pessoa e sua personalidade e ver o que ela realmente é. E com isso não falo de homossexualismo, mas de diversas características que damos pras pessoas sem conhece-las.
    Voltando ao filme, o que eu realmente achei forçado na atuação foi "jeitinho brasileiro de ser" que causou um problema entre as personagens e muitas risadas no começo do filme.
    Agora é a parte que eu mais queria falar, e já aviso aos que querem assistir o filme e não querem saber o final, não continuem lendo.
    Primeiro ponto tratado no filme é justamente o preconceito comentado acima, o julgamento;
    Lota (Glória Pires) ao conhecer Elizabeth através de Mary (Tracy Middendorf / que parece a Luana Piovani só que mais velha) age da pior maneira possível.
     No desenrolar da história, o próprio espectador julga Elizabeth, assim como Lota. Num almoço feito para receber a visita, era servido comida tipicamente brasileira, que Elizabeth não comeu. Lota propõe um brinde, e Elizabeth preferiu brindar com água. Carlos (um personagem não muito importante para a historia do filme, mas foi um ex-governador famoso) fã de Elizabeth (esqueci de falar, ela é poetista), recita um poema e pede pra ela completar e Elizabeth recusa.
     Lota, é das que se acham "a bala que matou John Lennon", é arquiteta, durona e tudo mais, não gosta das atitudes de Elizabeth e em todas essas ações ela responde da forma mais grosseira possível, sendo que cada atitude se dá por um motivo, e a Lota só descobre depois. Não vou contar as respostas de lota, nem os "porquês" de Elizabeth, assim tem alguma coisa para vocês descobrirem, já que eu to falando quase tudo. rs
     Segundo ponto, Lota tinha um relacionamento com Mary, mas ela se apaixona por Elizabeth. E o que ela decide fazer? Sim, ficar com Elizabeth. Dá um ponta pé em Mary, mas mantém o que ela chama de "ligação" entre elas. O que ela faz? Mantém Mary na mesma casa, a convence de ficar, envolvendo um outro tema polemico. (Também vou preservar vocês.)
     Começa um lindo romance entre Elizabeth e Lota, varias coisas legais vão acontecendo para as personagens, e enfim, quanto tudo tava indo bem entre elas, esse elo que Lota criou envolvendo Mary, começa a dar problemas, o que é de se esperar.
      Lota e Elizabeth ficam naquele clima de casal em "D.R", Elizabeth recebe um convite para dar aulas em uma universidade em Nova York. E Lota, não gosta e diz para que não aceite, com a frase: "Eu preciso de você aqui comigo". Só que ao mesmo tempo, ela começa a se envolver com seu grande trabalho, e o que pior, junto com a ex.
    Elizabeth começa a ficar mal com tudo isso, e no final aceita a proposta, quando ela conta pra Lota, ela novamente age da pior maneira possível, se torna arrogante e grossa.
   Final da Historia, Elizabeth começa uma nova vida em NY, Lota termina seu trabalho e fica depressiva e é internada numa clinica, começa a se arrepender e escreve dezenas de cartas para Elizabeth, mas Mary (FDP), vai rasgando todas as cartas impedindo que Elizabeth soubesse.
    Elizabeth descobre o estado de Lota através de Carlos, volta ao Brasil e é proibida de ver Lota. Lota sai do hospital e vai ate Elizabeth em NY. Elas se reencontram, e Lota descobre o que Mary fez, mas ainda sim não se resolvem.
    Durante a noite Lota tenta se aproximar de Elizabeth, mas ela se afasta e diz que não, então sem sono, Lota vai ate o sofá e acha um livro de Elizabeth com dedicatória de um romance que Elizabeth estava tendo em NY. E mais uma vez, o que Lota faz? Resolve se suicidar. Elizabeth vai atras de Lota pela manhã, tenta acorda-la e vê que ela esta morta.  Então o filme termina com cenas de Elizabeth com Lota morta em seus braços e no Brasil de Mary chorando e recolhendo as coisas de Lota, no final fecha com mais lindos poemas e depois contando o desfecho final da história real, falando sobre o Parque criado por Lota no Aterro do Flamengo, e sobre a vida da Poetisa Elizabeth Bishop.
    O filme abordou lindamente a quebra de preconceito de aparências, isso com relação as personagens e curioso que embora trata-se de homossexualismo nos anos 50, o único preconceito sofrido pelas personagens abordava-se pela suas famílias, de Lota e Mary; Outra mensagem foi a aprendizagem; Lota era a "fortona" que se viu frágil e teve que voltar atras, e Elizabeth frágil, teve que ser forte e tomar decisões para sua vida. E também abordou sobre a perda e foi ai que ficou o "clima pesado" da história.
    Deixo aqui a minha opinião final do filme;" É um bom filme de romance, com final drástico."
    Quem gosta de uma boa história de final feliz (tipo eu) vai chorar muito com o triste final de Lota, mas vai se deliciar com o desenvolvimento romance, personagens tão diferentes com costumes e personalidades opostas se completarem perfeitamente.



quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Criatividade é tudo!

Há um tempo atrás fui organizar as bagunças de papeladas em meu armário, uma tarefa um tanto chata, diga-se de passagem. Mas ate que  normalmente acabo encontrando algo legal que eu havia esquecido, as vezes cartas antigas de amigos, cartinhas de declaração de amor das minhas primas, desenhos antigos,  cartões de aniversário, fotos, pilhas de trabalhos e provas do ensino fundamental com boas notas, não que eu tivesse sido uma "CDF", ate porque eu realmente não era, mas porque rasgava as provas com notas baixas de raiva (Rebeldia). Enfim, dessa ultima vez encontrei um trabalho de práticas pedagógicas da faculdade que eu havia feito em grupo, no segundo período.

E o que isso tem haver com o "lance ai" da criatividade escrita no título do texto?

Ao longo da minha vida acadêmica, muito ouvi sobre criatividade, uma frase que marcou as minhas aulas de filosofia foi:  “Se eu faço e uso o conhecimento, estou criativamente no mundo. Se eu somente uso este conhecimento, estou simplesmente no mundo.”

Nesse contexto, estar criativamente no mundo é produzir algo e não simplesmente reproduzir o que já existe.  O homem por sua natureza tem a capacidade de criar, e por isso que o mundo evoluiu, hoje, temos uso de tecnologia, temos diversas teorias formadas, pesquisas  cientificas, etc..

Segundo o dicionário, criatividade é "faculdade ou atributo de quem ou do que é criativo; capacidade de criar coisas novas; espírito inventivo: criatividade artística."

Como estou falando de coisas que ouvi na "vida acadêmica", achei pertinente também falar do que a representa a criatividade para um dos nomes muito falado nas aulas que dizem  respeito a educação,  Vygotsky. Para ele, a criação é a condição necessária da existência e tudo que ultrapassa os limites da rotina deve sua origem ao processo de criação do homem e que a obra de arte reúne emoções contraditórias, provoca um sentimento estético, tornando-se uma técnica social do sentimento.
" Tornando-se uma técnica social do sentimento."  Soa tão lindo aos meus ouvidos que é necessário repetir.

Bem, vamos ao que interessa, por que falar de criatividade só pra contar sobre um tal trabalho, e afinal, que trabalho é esse?

Primeiro, o trabalho, não é bem um "trabalho". Foi acredito eu, feito mais para conhecer a personalidade de cada aluno e estimular a nossa criatividade.
Segundo, trata-se de um texto, eu realmente gostei da nossa "produção literária", se é que posso tratar assim com tal intonação, um humilde texto criado por simples estudantes de Educação Física.

A proposta da professora foi a seguinte, cada aluno faria numa folha de papel o que achasse que se identificasse, ou representasse e depois teria que dizer o porque, algo assim, como tem um tempo, ate peço desculpas se tiver enganada, creio que não.
Feito isso, ela dividiu em grupos de 4 alunos, teríamos que construir uma história em que cada "coisas" feita por nós, teria que se encaixar..

Eu, Thaya, não fiz nada em minha folha, na indecisão do que colocar, resolvi deixar em branco, pois para mim representava minha indecisão.
Enfim, meus colegas de grupo: Amanda Lima, fez um coração; Felipe, fez um "troço estranho", ele amassou, deu uma forma estranha e disse que era um "objeto não identificado" e Rodrigo Alves, um violão.
E cumprindo a proposta desse 'trabalho criativo' feito por uma aula toda 'criativa', assim ficou a nossa 'história criativa';

"Oi, eu sou uma folha! Mas nem sempre fui uma folha.
Você já viu muitas de mim por ai, talvez tenha passado por mim e não tenha dado tanta importância, ou mesmo ligado pro que eu sinto, mas sim, eu tenho um coração...
Que pode não ser desse mundo, mas ainda sim é meu coração.
Como eu ia dizendo, nem sempre fui uma folha, eu já fui uma árvore com muitos sonhos e muitas histórias pra contar e não, eu nunca imaginei que estaria aqui hoje pra contar essa historia.
Quando fui separada de minhas raízes eu fiquei indecisa sobre o meu destino, porém tentei ver pelo lado bom e desejei virar um violão para que de alguma forma eu pudesse me sentir útil.
Mas nem sempre nosso desejo é atendido, passei por vários caminhos, ate chegar a fabricação de papéis, e hoje só restou tornar-me essa pequena folha em branco.
E fui assim durante muito tempo, até agora.
E ao invés de me sentir preenchida por belas melodias, e palavras cativantes, estou aqui, escrevendo em mim, minha própria história.
E peço encarecidamente, aos que essa mensagem lê em, que não joguem fora, pois não quero me tornar um objeto não identificado."